23 de junho de 2012

Nova York do futuro, pensada no passado


Em 1908, Moses King publicou o livro King’s Dream of New York, com gravuras que representavam como essa cidade poderia ser no futuro. Com ilustrações de Harry Pettit, o livro retratava uma cidade com vários andares superpostos de avenidas, um espaço aéreo repleto de balões a gás e passarelas para pedestres.

Esse livro foi um marco gráfico e, também, ideológico, pois capturou a imaginação de centenas de arquitetos, engenheiros, escritores, pintores, etc. O futuro virou pop. Visto com os olhos de hoje, é o futuro projetado de uma outra época, mas não deixa de ser o futuro.

Esse marco gráfico é conhecido como "The New York that never was". Uma cidade imaginária e imaginada, em torno da qual se produziu toda uma cultura visual, cultivada durante anos e mesmo décadas. Vejam, por exemplo, o espaço conferido, a essa cultura urbana, pelo jornal New-York Triubune, no ano de 1910:


Não deixo de observar a data: 16 de janeiro, dia do aniversário de Belém... Mas isso é só coincidência. nada tem a ver com o que estou falando aqui. O interessante mesmo é a presença desse imaginário urbano. Moses King, na verdade, constituiu o marco referencial que condensou e nivelou um fluxo de vários modelos futuristas já presentes no imaginário de Nova York. Entre suas fontes pode-se encontrar, por exemplo, o modelo da Railway Sidewalk, uma calçada móvel, que se erguia, ou melhor, ergueria, sobre as calçadas convencionais. Essa invenção foi patenteada em 1871 por Alfred Speer. A calçada andaria a uma velocidade de doze milhas por hora. Vejam só como ela seria:


A mesma fonte de inspiração levou o arquiteto Harvey Wiley Corbett, em 1924, a elaborar um complexo projeto de vias urbanas superpostas, encimadas por calçadas sob a forma de arcadas, para Nova York:



Um comentário:

  1. O aniversário de Belém não é dia 12 de janeiro? foi citado como sendo dia 16. existe alguma explicação para isso que eu não saiba?
    abraços.

    ResponderExcluir